sábado, 6 de agosto de 2011

O que é a Warrior Diet (Dieta do Guerreiro)?

O Autor
Se você se preocupa com seu peso, acredita estar gordo(a), já não sabe mais o que fazer para ganhar tônus muscular e perder aquele triste excesso de pele ou gordura;
Se está cansado de iniciar e interromper ciclos tenebrosos das mais loucas e variadas espécies de dieta, que levam à perda de quilos e mais quilos – de água – para ganhar tudo novamente em uma semana;
Se sente uma moleza inexplicável após tomar o café da manhã ou almoçar;
Não aguenta mais treinar, treinar e treinar e não vislumbrar uma polegada a mais de músculo sequer;
Enfim, você que está perdido e deseja modificar seu corpo, adquirir nova fisionomia e fazer as pazes com o espelho, já pensou em adotar a Warrior Diet (ou Dieta do Guerreiro) como novo estilo de vida e colher todos os benefícios que ela pode proporcionar?
Livre-se do café da manhã e durma mais! Livre-se do almoço e pare de ingerir porcarias na rua. Melhore a qualidade de seu sono. Regule a circulação hormonal. Rejuvenesça!
Acompanhe a entrevista realizada com o criador deste revolucionário método e experimente uma nova sensação de liberdade
The Warrior Diet
Entrevista realizada pela Revista Eletrônica T-Mag
T: Entrevistador
OH: Ori Hofmekler, criador da Dieta do Guerreiro
T: Ok, Ori, mandar ver. Do que se trata essa Dieta do Guerreiro?
OH: É mais uma opinião e um conceito do que uma pesquisa científica, mas é baseada em opiniões e em muita ciência, que eu espero que as pessoas verifiquem no futuro. A idéia é muito simples. É baseada na minha própria experiência e, de alguma forma, porque eu estava tão interessado no efeito, fiz minha própria pesquisa nas áreas da história, antropologia e ciência. É contundentemente baseada na idéia romântica de “guerreiro”. Não por menos minha dieta é chamada de “A Dieta do Guerreiro”.
T: Guerreiros? Você está falando sobre guerreiros modernos ou guerreiros antigos?
OH: Na verdade, guerreiros antigos. Eu estou falando sobre um modo de vida no qual, basicamente, o objetivo principal é seguir o seu instinto – e não seguir as diretrizes de uma autoridade ou aquilo que as pessoas falam para você fazer, mas para alcançar uma resposta bastante efetiva dos seus instintos. Estou falando sobre fome e saciedade. Nenhuma dieta que eu conheça está trabalhando com isso. A maioria é desenvolvida de acordo com algum tema ou objetivo baseados no controle. Ou se está contando as calorias ou o balanço entre os macro nutrientes, da “Zone to Dan Duchaine´s ketogenic diet” a qualquer outra dieta que você consiga pensar, todas possuem a idéia de controle. A dieta (do guerreiro) baseia-se na premissa de que seu corpo tem o instinto, como qualquer outro instinto, de controlar-se e de se manipular muito bem. A outra grande vantagem desta dieta é que ela se aproveita de algo que nenhuma outra dieta tem: o estômago vazio. Coisas excitantes podem acontecer quando a barreira do cérebro é aberta e você passa a manipular seus hormônios. Nós já sabemos que treinar com o estômago vazio logo de manhã estimula mais a perda de peso do que se tivéssemos comido antes. Esta dieta garante a você basicamente de seis a oito horas do dia em que os hormônios da queima de gordura estarão atuando em seu corpo. Apenas na dieta cetogênica nos temos um efeito similar; todavia tal dieta tem muitos pontos negativos. Novamente, ela é baseada em uma negação de instintos que não é natural. Mentalmente ela pode te ***** completamente, e poderia ***** sua capacidade de lidar com o stress. Eu acho que o abalo mental tem grande importância sobre aquilo que vou falar. Em essência, a Dieta do Guerriero vai garantir a você a circulação do hormônio responsável pela queima de gordura em seu sistema por 6 a 8 horas, o que nenhuma outra dieta faz. E por último, a dieta é baseada no princípio de fazer apenas uma refeição por dia. É contra todas as regras. A refeição deve ser feita a noite. Pode ser até bem tarde da noite, não importa. O melhor seria que fosse feita logo após o treino com pesos. Soa um pouco bizarro – você poderia fazer muitas questões sobre o metabolismo em descanso (?) e sobre o metabolismo basal, e você poderia argumentar que muitas pessoas não poderiam lidar com isso, entre outras coisas.
T: Estou perplexo, e meu sexto sentido diz pra mim correr, mas quero ouvir seus pontos.
OH: Ok, vou tentar correr com a introdução. A cem mil anos atrás, nós chegamos ao pico da evolução de nossos corpos, genes e instinto. Os humanos não mudaram em praticamente nada desde então. A única coisa que mudou é que agora vivemos em uma civilização muito mais povoada. E para controlar a civilização você precisa instituir regras. O efeito colateral dessas regras é que você passa a controlar os instintos mais primitivos do ser humano. E, é claro, há dois instintos básicos: o de sobrevivência e o de reprodução. Estão muito bem conectados e toda vez que você suprime um instinto, ele se dá mal. Eu não sou o primeiro a falar sobre isso. Freud começou a revolução com esta teoria sobre a inibição do instinto sexual e coisas assim. Mas não se trata apenas de sexo. Agora (passando um pouco adiante) vivemos em uma cultura que dita como você deve viver – isso se assemelha a uma equação matemática. Nos dizem o que é bom, o que é mau e como agir. Mas a pessoa mais perigosa na sociedade é aquela que expressa seus instintos. Ah! Então você passa a comer qualquer uma que passe pela rua com uma bela bunda. Você diz tudo que vem à sua cabeça. E você arrebenta qualquer um que te encha o saco.
T: Conhecemos pessoas que agem assim.
OH: Sim, e as vezes gostamos delas. Há ainda mais um instinto que combina todos os outros, e tentarei explicá-lo. Ninguém, em nenhum dicionário, conseguiu definir, com precisão, o termo “romantismo”. Há o período romântico na história. Há a palavra “romance” entre as pessoas. Há a atitude romântica, a música romântica e mesmo assim ainda não sabemos do que se trata. Essa foi uma das coisas que mais me intrigou e eu acho que o verdadeiro romantismo é o instinto. E é quase um paralelismo em relação a o que eu chamo de “instinto do guerreiro”. É engraçado. As crianças têm este instinto mais do que qualquer outra pessoa, o qual é praticamente dizimado durante o processo de crescimento. Mas quando você quebra as regras de qualquer sistema que tenha as regras estabelecidas, você está geralmente mostrando características românticas. Aqui faço um apêndice: concordo com Ori. Geralmente, quando defendemos aquilo que amamos (ou acreditamos amar, pois tudo não passa de um instinto, seja o de sobrevivência ou mais especificamente o de reprodução) é que mostramos como somos, de verdade. Muitas vezes ouvimos falar: Ah, agora sim consegui descobrir quem você é. Esta pessoa sempre foi daquela maneira, todavia, por conta das convenções e regras sociais, agia e age diferente. Pessoas que são contra as regras têm este aspecto romântico. Se você, como escritor, escreve algo completamente anti-industrial e cria algo novo, você fez um ato romântico. Romantismo não existe apenas entre homens e mulheres. O ultimo amor entre Romeo e Julieta foi romântico porque suas famílias eram inimigas, porque eles tiveram que quebrar as regras. Se não tivessem as quebrado, ninguém hoje falaria em Romeo e Julieta. Mas de novo, não existe romantismo apenas nas relações entre homens e mulheres; é simplesmente contra as regras criar novas regras, porque você acredita no que faz. Isso é a figura do herói romântico.
T: E você pode me dar alguns exemplos de figuras românticas modernas?
OH: Eu diria que vejo, de certo modo, Einstein como um herói romântico. Novamente, ele foi contra as regras, criou uma teoria que ninguém acreditava. E depois de perguntado “O que você faria se no futuro descobrissem que sua teoria da relatividade não funciona?”, à qual ele respondeu: “Então eu sentiria muito que a vontade de Deus tenha sido a de que uma teoria tão bonita não funcione”. Não se trata apenas de ter ido contra as regras e criado uma nova teoria; ele também acreditou na clássica tradição grega, na tradição romana que diz que o que é bonito é bom e o que é bom é bonito. E esta é basicamente a mesma filosofia por trás do bodybuilding, que o faz diferente de qualquer outro esporte. Qualquer outro esporte tem como meta um objetivo competitivo. Você corre mais rápido. Você pula mais alto. Ou você é melhor jogador em alguma modalidade. Não importa, realmente, seu visual. O bodybuilding é um exemplo clássico do que era clássico para os Romanos ou Gregos. Quando você está bonito, você está bem, está forte.
T: Você poderia dar alguns exemplos de guerreiros modernos?
OH: Não há guerreiros modernos. Este é o problema. Eu acho que até o exército, pelo que eu saiba, é uma atmosfera vivida por um curto período em que, para criar guerreiros, você precisa dar a eles guerra ou o sentimento de guerra. Então o treino básico trata-se de abusar do corpo, fazendo-o resistente, fazendo você passar por um período de fome, privação de sono, tiros sobre sua cabeça, e tendo a certeza de que você está realmente pronto para encontrar a verdadeira guerra. Eventualmente, isso funciona porque você está a ativar o instinto guerreiro de sobrevivência. Mas você não precisa de uma guerra para ser um guerreiro. Tudo que você precisa é ativar o instinto, de repente de uma outra direção. Em vez de atirar em pessoas e pular de arte marcial em arte marcial (que é o que as pessoas fazem hoje), de repente o que você precisa fazer é ativar um mecanismo completamente diferente, que faria com que você se sentisse um guerreiro e que fizesse com que você ficasse alerta a todo instante. Eu quero te dar mais um exemplo. Há cem anos atrás, ainda havia alguns traços da cavalaria. Pessoas nasciam na aristocracia. Eram treinados para lutar com espadas, lanças, etc., e o que definia um cavalheiro era a habilidade de defender sua honra. Se alguém ofendesse sua mulher ou namorada, você ofereceria um duelo com espadas ou armas. Deveriam estar preparados a todo momento, física e mentalmente, pra defender sua honra. Permitir que se tornassem bundões era impensável (?). Claro, este fenômeno desapareceu para sempre. Eu não quero dizer que precisemos ir pra guerra. Mas a habilidade para lutar pela sua honra é algo que desapareceu nos dias de hoje e, com ela, a necessidade de se manter em forma para ser capaz de lutar e proteger a honra. Por muitos anos fui obcecado pelos primeiros desenhos feitos por culturas primárias. Veja os egípcios. Veja os Minoans. Os Minoans foram antecessores dos gregos e dos romanos. Até os filisteus em Israel que vieram do Islã, que é muito interessante, são parte do povo Minóico que espaçou através do mar e penetrou o mediterrâneo e que conquistaram o Egisto por um tempo. Eram um povo muito forte, mas uma cultura diferente daquela dos egípcios e do mediterrâneo. A grande diferença é que os desenhos e esculturas dos faraós egípcios, tirando a de um deles, eram muito magras. E muitas delas parecem muito femininas com grandes seios. Especialmente Tutankamon, marido da Nefertiti, a mais linda rainha do Egito. Ramsés era o único faraó que se parecia com um guerreiro nos desenhos antigos. Ele não era um grande guerreiro. Deu-se mais crédito do que deveria. Mas sua vida era diferente. Os outros faraós ficavam sentados em casa. Eram comedores de grãos, quase modernos em comparação com hoje, e sofriam das mesmas doenças que as pessoas sofrem hoje. Acredito que sofreram com a alta quantidade de estrógeno como efeito colateral advindo do alto consumo de glúten, mas isso é outra história. Veja o povo minóico, depois os gregos e depois os romanos e você vê apenas corpos musculosos. Muito atléticos. E isso não é apenas coincidência. Você pode dizer “Vai ver é apenas um estilo de desenho diferente”. Eu não acho. Se isso aparece de novo e de novo por centenas de anos, tem algum significado. Essa questão dos grãos é uma grande pista. Grãos, especialmente o trigo, abundavam no Egito. Aparece na bíblia. Então, enquanto os aristocratas, fora de forma, comiam grãos, pães e bolos, os escravos comiam carne. E os minóicos, e depois os romanos, gregos e israelenses, eram basicamente pastores de ovelhas. Viajavam com suas ovelhas. Então sua nutrição básica era carne, azeite de oliva e vinha. É um conceito diferente, mas leva a outra coisa. Veja a religião do Islã, por exemplo. Todo muçulmano jejua por um mês, mas o que eles chamam de jejum é comer apenas uma vez por dia, à noite. Eu realmente acredito, de acordo com minha experiência e pesquisa, que isso vem de uma velha tradição de exércitos guerreiros, como o de Maomé, que conquistou o norte da África. Eles não tinham terra. Eles (tribos guerreiras nômades) perambulavam, conquistavam e roubavam de outros até que se uniram e conquistaram o norte da África e criaram o império muçulmano. Esses árabes eram nômades. Não tinham terra. Moviam-se de um lugar pro outro com camelos. Eram guerreiros e só comiam à noite. Quando os israelenses saíram do Egito, a primeira coisa de que reclamaram foi a falta de comida. Eles podiam ter cruzado o deserto em dois meses, mas levaram 40 anos porque Deus quis mostrar a eles como ser livre. Mas para se libertarem precisavam adotar o conceito da vida de guerreiro. Você defendia sua vida ou a si mesmo. Você pega a própria comida e você fica em privação a maior parte do dia. Você só acampa à noite. Só come à noite. Veja os árabes do deserto hoje em dia – eles parecem pedras. São as mesmas pessoas. Quando se mudam para a cidade tornam-se roliços. Eu sempre quis saber a razão pra isso. E acho que agora sei.
T: Mas para ser um guerreiro de verdade – alguém que precisa suportar desafios físicos, ou mesmo um atleta que vai competir – você precisa de algum tipo de estoque de glicogênio, correto? E obtê-lo é difícil comendo apenas uma vez por dia.
OH: Você está chegando em um ponto muito importante. Você precisa comer de maneira que possa lutar por duas horas seguidas, ou marchar por horas a fio, ou ficar sem comida, etc. Quando eu era da tropa de elite da marinha, era para isso que éramos treinados. Ao ficar sem comer, aprendemos a aumentar nossas reservas de glicogênio. Aqueles que treinam em jejum, mais e mais e mais, vão descobrir que eles têm uma maior capacidade para estocar glicogênio nos músculos e no fígado. A última vez que dei uma olhada na pesquisa – acho que há um ano atrás – pessoas sedentárias que se acreditava terem de 200 a 300kcal estocadas como glicogênio poderiam aumentar suas reservas para 2.000, 3.000kcal. Algumas chegaram a apresentar 5.000 kcal de reserva de glicogênio. Há muita ciência sobre a situação de um corpo sofrendo de depleção de glicogênio, e é tudo muito relativo. Mas uma coisa é certa, enquanto você está com suas reservas de glicogênio zeradas – o que eu chamo de jejum – sua sensibilidade à insulina cresce muito, assim como sua eficiência em absorver proteínas. Por vezes o aumento é de 30 a 50%. Isso significa que, após o jejum, sua eficiência protéica poderia estar de 30 a 50% majorada. Você pode comer 30% menos e ainda assim digerir a mesma quantidade de proteína.
T: Então o que você faz é pegar alguém que está acostumado a comer seis vezes ao dia e o faz começar a esticar o intervalo entre as refeições?
OH: Exatamente.
T: Então se trata de tomar o café da manhã só após as 10 da manhã?
OH: Exatamente. Acredite, eu entendo a lógica por trás das seis pequenas refeições por dia. Eu entendo a lógica e a respeito. É provavelmente a maneira como escravos eram alimentados quando trabalhavam. Mas o que você perde fazendo isso, é muito mais do que o que você ganha. Existe muita ciência e vou chegar nisso logo mais. Mas uma coisa que as dietas falam pra você não fazer é ficar sem comer ou comer muito (especialmente comer demais). Na minha opinião, ficar sem comer e comer muito são ciclos naturais de um ser humano. Como caçadores, predadores e coletores, seres humanos costumavam comer muito e, por vezes, ficar sem comer. Há muitas pesquisas constatando que comer muito (após o jejum) é anabólico. Além da sensibilidade à insulina e a habilidade de aumentar a eficiência protéica, o simples aumento do volume dos músculos e todo o resto são muito mais fortes no período de alimentação (após o jejum).
T: Então é o objetivo final da dieta é se alimentar apenas uma vez por dia?
OH: É o objetivo, sim, mas há espaço para algumas mudanças, dependendo das circunstancias individuais. Por exemplo, eu mesmo introduzo pequenas refeições protéicas durante o dia por algum período.
T: Então você pode comer um pouquinho durante o dia?
OH: Sem dúvida. Você pode comer o que quiser, desde que não sejam carboidratos que vão elevar o seu nível de insulina. Além disso, estou trabalhando outro ponto, qual seja, o cérebro. Quantas dietas, realmente, estão trabalhando com seu cérebro? E mais: muitos suplementos são muito mais efetivos num estômago vazio. Por exemplo: duas a quatro gramas de glutamina num estômago vazio podem fazer seu GH subir de 30 a 50% em uma hora. Se você não tem o estômago vazio, não pode fazer isso. Em qualquer outra dieta, você “desliga” seu cérebro e se torna muito mais estúpido do que você deveria ser. Muito menos alerta e muito mais estúpido.O maior problema da dieta, pelo menos no início, é o grande nível de cortisol. Quem começa a dieta vai sentir, de imediato, um desconforto tremendo e um acúmulo de cortisol. Mas o mais engraçado é que a adaptação ao cortisol acontece como qualquer outra.
T: Deixe-me pontuar o que me pareem duas aparentes contradições. Você disse que essa dieta é mais direcionada a usar os instintos, mas comendo menos freqüentemente não parece ser instintivo, parece?
OH: Ok, esta é a maior discussão. Você está certo. Eu realmente acredito, e tentarei provar, que após duas semanas de tentativa, você não sentirá fome durante o dia. E, instintivamente – quando realmente chegar a hora de comer à noite, não apenas quando você quiser comer – você saberá exatamente o que você quer. Sua prioridade será correta, e não é porque você terá um notebook dizendo o que você deve comer. Naturalmente, você primeiro vai querer muita proteína – vegetais e carboidratos vem depois.
T: Então sua linha é a de que o instinto está lá, mas o perdemos e precisamos treiná-lo novamente.
OH: Exatamente. Eu acredito que é assim que deveríamos ser. Somos muito parecidos com predadores. Predadores – selvagens e livres – não comem quando não estão com fome. Pegue este mesmo predador. Ponha-o em cativeiro, não importa se é um gato selvagem ou um lobo, e ele fica louco. Eles comem sem parar, como seres humanos. Eles não tem instinto para parar.
T: E eles passam a agir como presas.
OH: Sim, eles agem como presas. Eu acredito que, historicamente, humanos agem de forma semelhante. Eles eram muito ocupados durante o dia. É o instinto de luta ou “vôo” (?). O cérebro encontrava-se no pico da eficiência operativa, adrenalina estava alta, e eles estavam em completa forma. Eles caçavam e sobreviviam, lutando por suas vidas. Quando caçavam a comida, tinham a certeza de que, ao anoitecer, enquanto descansavam, era hora de comer.
T: Então, inicialmente, você caracteriza as dietas tradicionais de serem dietas que negam. Mas esta sua também é uma dieta de negação. Mas apenas inicialmente, até você se acostumar…
OH: Bom, sim. Claro, sempre há a presunção de que se observa algum tipo de privação, porque você precisa ter uma certa disciplina para se adaptar. Mas eu enfatizo: não importa qual dieta você use – inclusive a de seis refeições diárias – você nunca, nunca estará satisfeito. Mostre-me como, usando as seis refeições diárias, você pode comer o quanto quiser. Não. Você tem que parar. Você precisa parar após ter alcançado uma certa quantidade de calorias ou uma certa porção de alimento. Sim, a Dieta do Guerreiro é baseada na idéia de que você precisa ter o instinto de estar ocupado, produzindo, e alerta. E se você decidir ficar o dia inteiro sentado, significa que você desistiu de estar alerta; você não luta mais pra ganhar dinheiro ou pela comida, e você não caça mais. É isso que acontece com os homens quando são civilizados, quando perdem o romantismo.
T: Eu entendo isso, porque na maior parte do tempo estou tão ocupado que tenho que me lembrar de comer alguma coisa. Eu simplesmente esqueço. Então o que eu tenho entendido é que, conforme você treina seu corpo – se suas teorias estiverem corretas – você estará treinando para não sentir mais a necessidade de comer, e você poderá estará então adaptado a este conceito. E por conta dos nossos dias extremamente atribulados, com o estômago vazio, e lidando com níveis de energia oriundos do fato de estar com um pouco de fome, tal situação será revigorante.
OH: Exatamente.
T: Eu pensei em algo interessante. No meu pé, agora, há um Staffordshire Bull Terrier (obviamente, um cachorro). Ele tem 22 quilos de puro músculo. É muito forte. Nenhuma grama de gordura. “Veias” (?) por todo o corpo, e ele pode comer quando quiser, mas só come uma vez, geralmente à noite.
OH: Ok, você encontrou a resposta. Ele é um animal livre. Eu acredito que pessoas realmente livres não comem mais do que uma vez por dia. Na Roma clássica, de 100 AC até 200 DC – que é o período clássico de Júlio César – os romanos comiam apenas uma vez por dia. Você pode ver isso nas figuras e desenhos dos imperadores. Os romanos tinham o corpo forte e definido, incluindo o próprio Júlio César. Quando atravessaram o primeiro século, o período de decadência começou, e eles começaram a se comportar como as pessoas se comporta hoje em dia. Você pode inclusive ver a diferença no tamanho dos imperadores. É muito interessante.
T: Eu tenho mais uma questão. Eu entendo o que você coloca. Então esta dieta seria uma dieta para a vida, essencialmente, e não para apenas um curto período de tempo?
OH: Eu realmente acredito que sim. Outro dia eu assisti a um programa na TV em que mostravam grandes campeões e corredores dos anos 70 – campeões olímpicos. Todos agora estão gordos. Eles estão assim porque não tiveram um modo de vida definido. Enquanto precisavam de resultados, mantinham-se em boa forma. Mas depois, cansaram-se e perderam a forma. Então eu ofereço uma alternativa que qualquer um pode seguir. Eu sei que vai ser difícil, por isso precisamos fazê-lo passo a passo. Primeiro, acabe com o café da manhã. E depois mostramos alternativas para o almoço.
T: É tudo muito interessante. Será que os substitutos de refeição (suplemento) tem lugar em sua dieta?
OH: Escute, estou ingerindo mais proteína agora do que nunca. Quando eu falo sobre uma refeição por dia, é um jantar triplo. Às vezes chego em casa por volta das 10 da noite e como três refeições, uma após a outra. Não tenho problema com isso. Também não estou falando sobre a completa privação de comida durante o dia. Depende muito de você e de suas necessidades individuais. Todavia, seu corpo dirá exatamente do que precisa. Se o meu, numa ocasião rara, diz que não dá pra esperar até a noite para ingerir proteína, eu como meio frango durante o dia, ou bebo um substituto de refeição.
T: Então o que você está dizendo é que, depois de comer minha proteína eu posso comer três pizzas?
OH: Exatamente. Estou dizendo pra você que vai funcionar. Não é uma dieta cetogênica ou baseada em sofrimento nas quais você conta as horas. Com a Dieta do Guerreiro, todos os dias tem um final feliz.
T: Estou intrigado, porque com certeza esta dieta faria minha vida mais fácil. Estou sempre preocupado em arrumar tempo para comer. E sempre esqueço.
OH: No futuro, mostrarei a você que, assim que você deixa de ingerir refeições desnecessárias, sua sensibilidade à insulina sobe, assim como sua eficiência em absorver proteínas. Além disso, há outro aspecto que quero discutir. É sobre ácido lático. Ácido lático é um grande enigma. Até agora a industria tem sido contra. Eles te dão todos estes produtos para acabar com ele. Ácido lático – e vou provar, falando sério – será a droga milagrosa. Assim como o piruvato agiria sobre a queima de gordura, o ácido lático faria muito mais que isso. O ácido lático – já sabemos, especialmente em um estômago vazio – poderia aumentar e muito a circulação de hormônios.
T: Claro. Há uma relação direta entre ácido lático e hormônio de crescimento.
OH: É verdade. Mas o conceito importante é o da eficiência do ácido lático. Guerreiros, mesmo quando não estão em guerra, conseguiam aumentar a eficiência do ácido lático, transformando-o em energia, produzindo um agente queimador de gordura. Aumenta, em absoluto, sua capacidade de reagir ao stress. E o ácido lático é acumulado muito mais rápido e em maior quantidade após comer. Então você tem, basicamente, muitas vantagens que outras dietas não trazem. Mas eu repito. Mesmo que você sinta a liberdade uma vez por dia, o que recomendo que seja à noite, já será o suficiente. Eu realmente acredito que a maioria das dietas não apresentam liberdade. Sim, você come seis vezes por dia. Mas você realmente aproveita? Você pára realmente quando quer parar? Seu corpo sabe realmente o que você quer? Outra coisa que quero enfatizar é em relação ao instinto. Toda vez que você satisfaz um instinto, acredito que exista um sentimento – não apenas uma sensação de prazer – mas algum tipo de barato, seja satisfação por conta da comida ou do sexo. É engraçado. Após um trabalho intenso na academia, você se sente meio dopado por conta das endorfinas. Será que treinar pesado provém do instinto do guerreiro? Será que estamos tão longe da ação que nos vemos compelidos ao bodybuilding?
Warrior Diet rights: Ori Hofmekler

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